A poluição do ar tem sido um grande problema mundial e, portanto, também para as grandes cidades da China.
A grave poluição do ar rendeu à capital chinesa, Pequim, o título de segunda pior num ranking ambiental de 40 cidades disponibilizado pela Academia de Ciências Sociais de Xangai. A cidade também foi decretada como sendo um lugar “inadequado para a vida humana”, segundo afirmação de um novo relatório citado pela agência oficial do país China News Service.
Atualmente, a China é o terceiro país com a pior qualidade do ar de uma lista com 178 países, segundo o Environmental Performance Index (EPI), ranking bienal elaborado por uma equipe de especialistas das universidades americanas de Yale e de Columbia. A capital chinesa se saiu mal na avaliação da qualidade do ar, ocupando o quinto lugar. Já o Brasil ocupa o 77º lugar no ranking.
Foram analisados vinte indicadores distribuídos por nove categorias: Critérios de saúde ambiental; poluição do ar; recursos hídricos; biodiversidade e habitat; recursos naturais; florestas; energia e clima; recursos pesqueiros; água e saneamento.
Em 2013, mais de 100 cidades na China tinham uma média de 29,9 dias por mês com névoa de poeira, o maior índice em 52 anos.
O principal vilão do ar são as chamadas PM2,5, partículas finas e inaláveis de poeira com diâmetro inferior a 2,5μm resultantes da combustão incompleta de combustíveis fósseis utilizados pelos veículos automotores e das usinas acarvão. Estas, devido ao pequeno diâmetro, ficam em suspensão no ar e penetram mais profundamente no aparelho respiratório, instalando-se nos alvéolos pulmonares e bronquíolos, podendo causar sérios danos à saúde.
Estudos também avaliam a exposição à poluição interior, aquela que ocorre dentro de residências, causada, em sua maior parte, pela queima de combustíveis sólidos, como resíduos de colheitas, estrume e carvão.
A poluição atmosférica contribuiu para nada menos do que 1,2 milhão de mortes prematuras na China em 2010, indica estudo realizado com o apoio da Environmental Protection Agency (EPA).
Em 2013, a International Agency for Research on Cancer (IARC), agência da Organização Mundial de Saúde (OMS) especializada em estudos de carcinogenicidade, anunciou a classificação oficial da poluição do ar como carcinogênica para humanos (Grupo 1), assim como o material particulado.
Este problema só vem crescendo e os governos mundiais não estão sabendo controlá-lo. No caso da China, as soluções indicadas são a redução do consumo de carvão e melhora na gasolina para os veículos. Outras medidas aplicáveis são medições periódicas da qualidade do ar para verificar se a quantidade de PM2,5 está diminuindo; legislação que determine a vigilância da concentração de poluentes no ar; utilização de equipamentos que diminuam a emissão de gases; promoção do reflorestamento de áreas degradadas; controle de queimadas; diminuição da utilização de agrotóxicos; incentivo na geração de energia limpa e renovável.