No último 11 de março completou oito do acidente nuclear de Fukushima Daiichi, cidade turística e tranquila do Japão, que possuía ainda traços da antiga arquitetura, com construções tradicionais e paisagens montanhosas. A cidade possuia 2 milhões de habitantes na época, além de contar com uma das grandes usinas nucleares do país. Apesar de serem conhecidos pelos cuidados ao manusearem matéria radioativa, após a instalação ser atingida por um tsunami, que foi provocado por um maremoto, três dos seis reatores nucleares da fábrica derreteram, liberando quantidades perigosas e significativas de material radioativo. O acidente tornou-se o maior desastre nuclear desde Chernobil, ocorrido em 1986, e o segundo a chegar ao nível 7 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares.
Mais de 300 mil pessoas foram evacuadas da região, que foi invadida por uma camada de poeira radioativa. Além disso, vazamentos de água radioativa acabaram contaminando o solo e o mar. Os vazamentos persistem, mesmo após oito anos do ocorrido, e apesar de medidas terem sido tomadas para evitar mais vazamentos, nenhuma de fato se mostrou efetiva até agora.
Apesar de não haver nenhuma morte direta pela exposição à radiação, o acidente deixou marcas profundas na população regional. Muitos dos habitantes nunca voltaram para suas casas, outros vivem em abrigos provisórios (cerca de 50 mil pessoas). O governo japonês logo apresentou medidas sérias para conter o acidente e auxiliar a população, prometendo o desmonte da usina, assim como a descontaminação do local, porém, o processo é muito complexo. Diferente de outros acidentes que – em geral – as vítimas são apenas aquelas atingidas pelo desastre, em um acidente nuclear desta magnitude, tanto a área, quanto as pessoas que venham a ter contato com a radiação, são afetadas por décadas. O governo japonês planeja diversas ações para que a área seja renovada até o ano de 2040, mas ninguém sabe se isso será realmente possível.
Atualmente a população local diminuiu para 1,8 milhões de habitantes, com 30% de toda a província sendo considerada contaminada. A região passa por “limpezas” onde há retirada de camadas do solo das áreas de plantio, com lavagem das arvores frutíferas, que são abundantes na região, e os resíduos tóxicos são acumulados em um depósito provisório de lixo nuclear.
Após investigações e pesquisas, foi descoberto que as causas do acidente poderiam ser previstas e evitadas pela usina, e que a maior parte das usinas nucleares no Japão não possuía proteções ou planos de ação para a ocorrência de Tsunamis. Desde então os órgãos públicos e privados têm se movido para o aperfeiçoamento das medidas anticatástrofe, além de investir na prevenção de futuros desastres nucleares.
Referências: